Projetos de pesquisa

Aqui estão listados os projetos desenvolvidos no LAPEEX, e coordenados pelos seus pesquisadores associados. Os projetos desenvolvidos por estudantes do LAPEEX são subprojetos vinculados aos apresentados nesta página. Os projetos desenvolvidos pelos nossos estudantes estão listados na página "discentes".

 

Projetos em andamento

Ocupação humana inicial, evolução e diversidade biocultural dos povos originários nas bacias do Prata e Litorânea do Brasil Meridional

Coordenador: Prof. Dr. João Carlos Moreno

Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) - Chamada Universal 2023. Processo nº 408639/2023-7.

Período: Iniciado em janeiro de 2024

A diversidade biocultural dos povos originários do Brasil meridional tem sido tratada na literatura acadêmica brasileira com base na presença e ausência de determinadas classes de artefatos arqueológicos e no fenótipo identificado nos crânios humanos. Até recentemente, na porção oriental da Bacia do Prata, assim como no litoral meridional brasileiro, estas evidências limitaram ao entendimento de que, em termos culturais, caçadores-coletores do interior eram homogêneos, e têm sido denominados como ‘Tradição Umbu’. No caso dos caçadores do litoral, construtores de conchíferos foram associados à cultura sambaquieira. Em termos biológicos, a principal diferença tem sido observada nos crânios, com grupos caçadores do interior apresentando um fenótipo distinto daquele observado em caçadores do litoral e em grupos ceramistas. Na última década, diferentes pesquisadores vêm demonstrando que, no Brasil, os grupos caçadores pré-ceramistas tanto do interior quanto do litoral parecem ter uma diversidade biocultural maior do que aquela antes definida, apontando para novos modelos de ocupação inicial e desenvolvimento dos povos originários. Este projeto objetiva explorar as coleções de artefatos e séries de remanescentes humanos de contextos pré-coloniais brasileiros localizados na Bacia do Prata e no litoral meridional. Escavações arqueológicas serão realizadas em pelo menos quatro localidades, todas elas associadas a grupos caçadores-coletores, incluindo alguns concheiros fluviais e litorâneos. Prospecções arqueológicas ainda são previstas nas áreas próximas aos sítios selecionados para escavação. Dentre as pesquisas em laboratório, serão realizadas análises de tecnologia lítica, tecnologia de artefatos ósseos, arqueologia experimental, zooarqueologia, curadoria e análise de remanescentes humanos, análise craniométrica e sequenciamento de genoma humano. Ao fim do projeto, espera-se ter um melhor entendimento da origem e evolução biocultural dos povos originários sul-americanos.

 

Ocupação humana inicial, evolução e diversidade biocultural dos povos originários nas bacias do Guaíba e Litorânea do Rio Grande do Sul

Coordenador: Prof. Dr. João Carlos Moreno

Financiamento: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) - EDITAL  14/2022 - AUXÍLIO RECÉM-DOUTOR ou RECÉM-CONTRATADO – ARD/ARC. Processo número 72937.751.68718.06032023

Período: Iniciado em agosto de 2023

A diversidade biocultural dos povos originários do Brasil meridional tem sido tratada na literatura acadêmica brasileira com base na presença e ausência de determinadas classes de artefatos arqueológicos e no fenótipo identificado nos crânios humanos. Até recentemente, na porção oriental do estado do Rio Grande do Sul, estas evidências limitaram ao entendimento de que, em termos culturais, caçadores-coletores do interior eram homogêneos, e têm sido denominados como Tradição Umbu. No caso dos caçadores do litoral, construtores de concheiros foram associados à cultura sambaquieira (ou sambaquiana). Os grupos ceramistas foram considerados mais heterogêneos, associados à Tradição Tupiguarani (povos do tronco Tupi), Tradição Taquara (povos do tronco Macro-Jê), e Tradição Vieira (povos do tronco Charrua). Em termos biológicos, a principal diferença era observada nos crânios, com grupos caçadores do interior apresentando um fenótipo distinto daquele observado em caçadores do litoral e em grupos ceramistas. Na última década, diferentes pesquisadores vêm demonstrando que, no Brasil, os grupos caçadores pré-ceramistas tanto do interior quanto do litoral parecem ter uma diversidade biocultural maior do que aquela antes definida, apontando para novos modelos de ocupação inicial e desenvolvimento dos povos originários. Este projeto tem como objetivo explorar as coleções de artefatos e séries de remanescentes humanos de contextos pré-coloniais localizadas na porção oriental do Rio Grande do Sul - mais especificamente nas bacias fluviais que desaguam no Lago Guaíba e Laguna dos Patos, assim como em todo o litoral gaúcho. Escavações arqueológicas estão sendo realizadas em sítios arqueológicos associados a diferentes contextos culturais, como sítios de grupos caçadores-coletores do interior, sítios de grupos caçadores construtores de concheiros, e sítios históricos de estruturas circulares/anelares monticulares (geoglifos). Dentre as pesquisas em laboratório, estão sendo realizadas análises de tecnologia lítica, tecnologia de artefatos ósseos, arqueologia experimental, zooarqueologia, curadoria e análise de remanescentes humanos, análise craniométrica e sequenciamento de genoma humano. Ao fim do projeto, espera-se ter um melhor entendimento da origem e evolução biocultural dos povos originários que ocuparam a região.